domingo, abril 25, 2010

Pontos Positivos de Estar Doente

Estar doente é mau. Por vezes péssimo. Apesar de tudo posso enumerar alguns pontos positivos de estar doente.

Compadecer-me dos que estão doentes
Quando estamos doentes, lembra-mo-nos de outros que estão em sofrimento o que faz com tenhamos compaixão deles e por sua vez possamos ajudar de forma mais eficaz aqueles que precisam, seja a nivel monetário, emocional ou físico.

Um dia vou morrer
Estar doente faz-nos lembrar a nossa condição humana, somos frágeis e um dia morreremos. Devemos estar prontos para encarar esse dia. Digo isto de ânimo leve, não consigo dizê-lo de outra maneira. Mas posso dizer enfáticamente que as pessoas morrem, novos e velhos. Como tal havemos de encarar o Criador, com isto em mente aproveitemos a vida que é escassa e há muito a fazer.

O porquê do sofrimento
A doença faz-nos pensar em questões existenciais. O porquê do sofrimento é uma delas. Para quem tiver uma cosmovisão Cristã o sofrimento existe por permissão divina à vontade do homem de viver longe de Deus. Boas notícias! Em breve todo o sofrimento desaparecerá, e o que houve será compensado. Por outro lado se tiveres uma cosmovisão naturalista, logo ateísta, és um monte de matéria, sentires é uma maravilha da evolução.

A cura
Este ponto nem sempre acontece. Mas é bom ficar bom, é bom ficar saudável. Era melhor nunca adoecer, mas visto que adoecemos, bom é ficarmos bons.


quarta-feira, março 17, 2010

O que pensas dita o que és

Existem pessoas que acreditam que não valem nada, apesar de ser mentira pensam tanto nisso que essa afirmação começa a dominar a vida delas. Se nunca tivessem pensado nisso, tudo estaria bem, mas porque alimentaram esse pensamento agora pensam que é mesmo verdade.

As pessoas não se tornam naquilo que pensam, um homem não se torna numa mulher só porque pensa que é mulher, apesar de se alimentar profundamente esse pensamento, acaba por tomar como verdade adquirida que é uma mulher. Dirá com certeza que nasceu mulher num corpo de homem, que desde pequeno sentiu isso, porém a verdade é que alimentou esse pensamento e agora apesar de não ser verdade, tornou-se verdade para essa pessoa, que é como quem diz, está enganada a seu respeito.

Quando alimentamos um pensamento a nosso respeito ele torna-se mais vincado, ele pode começar como uma indagação, depois uma dúvida, que acaba por se tornar num dilema, que por sua vez se transforma numa "verdade" ténue, que acaba por se tornar numa "verdade" indiscutível.

Quero dizer que apesar de não nos tornar-mos naquilo que pensamos, aquilo que pensamos a nosso respeito determina a maneira como nos encaramos. Nunca viram gente que não sabe cantar e pensa que sabe? Ou aquelas pessoas que pensam que são os maiores e não passam de uns lerdos (por vezes eu sou um desses)? Pois é, os pensamentos que alimentaram acabaram por determinar a pessoa que pensam que são.

Isto parece uma redundância, as pessoas que pensam que são uma coisa, acabam a pensar que são mesmo essa coisa! Engraçado. Mas não é redundante. Uma boa metáfora para uma redundância é um circulo, isto que vos falo é uma espiral. O pensamento ganha cada vez mais força até se tornar algo indubitável, como quem põe fita-cola à volta de uma caneta partida, quanto mais puser mais resistente fica.

Portanto, quer tu penses no que és (seja o que for), quer digam o que tu és (seja o que for), pondera realmente acerca disso, pede uma dica a pessoas experientes e sábias antes de te pores a pensar nisso nos teus momentos de solitude.

Ainda devo dizer que visto que não somos capazes de não pensar, resta-nos em relação às coisas que não fazem sentido ser pensadas, tê-las como coisas disparatadas. Este é o nosso antídoto para sabermos realmente quem somos.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

O Dogma

O João gosta de jogar Sudoku. Certo dia estava ele com um desses quebra-cabeças cujos os números que tinha para o resolver não eram suficientes para agir com certeza absoluta. Ele não podia colocar nenhum número com certeza em nenhuma casa. Entretanto o avô do João agarra no jogo e acrescenta uma série de números. Nada na altura poderia dizer que estavam certos, da mesmo forma que nada poderia dizer que estavam errados. O João seguiu cheio de fé o trilho aberto pelo avô e conclui aquele puzzle numérico com sucesso.

O João personifica qualquer pessoa diante da vida, diante desta aventura de existir a qual é de alguma maneira um quebra-cabeças. Os números que o avô colocou podemos considerá-los um dogma.
Penso que esta simples história explica que o dogma não é de si mesmo uma coisa má, nem sequer é alguma coisa que nos faz deixar pensar e investigar. Antes pelo contrário ele liberta-nos de um pensamento cíclico e infrutífero para um outro patamar, o qual nos pode fazer chegar ao sucesso, ou que também nos pode desgraçar a folha com o sudoku, e como sabemos, na vida escrevemos com caneta de tinta permanete.
O que se sucedeu nesta história é que o dogma se mostrou verdadeiro pela sua eficácia, exigiu de facto um passo de fé, porém uma fé racional que a cada número registado, verificava todas as casas para ver se realmente o dogma era sensato ou não.
Ao nível pessoal também me considero a preencher um puzzle, cheio de casas em branco e também com os meus dogmas, os quais verifico a veracidade a cada casa preenchida. De facto quanto mais vivo mais vejo o quão verdadeiro é o dogma que adoptei.


terça-feira, janeiro 05, 2010

A História que Explica as Histórias é uma História Também

Numa busca por perder o sentido da vida diz o homem moderno, qual niilista, que o ser humano tem tentado arranjar histórias para dar significado à sua existência, para ter uma razão para a qual viver. Diz também que estas histórias não fazem sentido e que devemos despojar-mo-nos delas.

O que o homem moderno não sabe, ou não quer saber, é que tal afirmação é também uma história para explicar a existência e como tal mais uma vez o subterfúgio pós-moderno é um tiro que sai pela culatra.


quarta-feira, dezembro 16, 2009

Confundem o Natal com o Carnaval


Parece que na época do Natal tudo se enche de uma caridade que não se tem, são os supermercados onde ao se comprar determinadas coisas ajudamos não sei quem, são o fazer chamadas para determinados programas televisivos para contribuir para a determinada associação, enfim uma estratégia de marketing, embora possa ter um lado bom, ganhar dinheiro à custa das necessidades de outros é no mínimo sórdido.
Mas este síndrome também afecta as pessoas comuns, no Natal dão prendas a quem nem gostam, gostam até de ajudar o mendigo, mas porque raio é só no Natal? Devo louvar as pessoas que são realmente caridosas em todo tempo e sem segundas intenções, agora aquelas que querem mostrar uma coisa que não são me parece que confundem o Natal com o Carnaval.
De facto quem sabe que o Natal é uma excelente notícia inerente a todos os dias, a todas as pessoas, completamente gratuita e sem segundas intenções, em que o amor é o fim em si mesmo, e o abdicar de si mesmo em virtude dos outros é o mote, vive esta época todos os dias e tem um prazer sadio em dar sem que ninguém veja e amar os outros mesmo com dano próprio.

quinta-feira, novembro 26, 2009

quinta-feira, outubro 22, 2009

Perdão e Punição

Algumas pessoas sentem-se incomodadas com a ideia de um Deus que possa punir atitudes erradas, outras por sua vez sentem incomodo pelo facto de Deus poder perdoar determinadas atitudes erradas. Enquanto umas acham inconcebível um pedófilo arrependido ser perdoado, como eu já ouvi, outros acham inconcebível o mesmo ser mandado para um sofrimento eterno.

Julgo que a primeira ideia que devemos ter patente para uma visão equilibrada do Perdão e da Punição Divina, ou do Amor e da Justiça é que a moralidade não é relativa a culturas ou indivíduos. Não podemos determinar a veracidade da Bíblia pela os nossos sentimentos, que diga-se de passagem, são muito voláteis! Partindo do principio que a moralidade é relativa não há lugar a nenhum juizo de valor, nada nos resta senão uma vida selvagem baseada no prazer imediato não olhando a meios para atingir fins. Do Homem espera-se um pouco mais.

Vale a pena ainda dizer que quando partilhamos com outra pessoa um juízo moral, por exemplo, é injusto Deus mandar um ladrão para o inferno, ou melhor, permitir que ele vá para lá parar, estamos a partir do pressuposto que a pessoa com a qual falamos também tem a mesma sensibilidade moral, como tal acreditamos numa moral universal, se não fosse esse o caso nunca partilharíamos um juízo moral.

Visto que o carácter de Deus não é determinado pelos sentimentos humanos, devemos mais submeter que recalcitrar. Deve-se este texto então a tentar provar que a visão de um Deus de perdão e punição é o ideal para a humanidade.

Em primeiro lugar, aqueles que crêem que no final haverá recta justiça, são livres do sentimento de vingança quando a justiça não é eficaz aqui. Depois a punição é a única forma de resguardar um ideal, punido aquilo que lhe for oposto. O amor de facto tem de odiar aquilo que puder ser nocivo para ele mesmo, por isso tem de haver um lugar onde o mal ficará para sempre, onde não pode mais atormentar o bem.

A alternativa à punição é o perdão. E que bela alternativa! Perdão para todos, porque todos estão debaixo de punição, todos falharam o alvo drasticamente, podes pensar que não, mas como disse de outra forma à pouco, as regras foram ditadas por Deus, rebelar-mo-nos contra as regras de Deus tendo como base um argumento moral, é cortar o galho onde estamos assentados, porque a moral vem de Deus, o que acontece é que nós a temos meia distorcida.

A punição é para quem quer. Quem quiser perdão, há muito para dar ainda. Quem não quiser perdão, infelizmente não terá outra alternativa à punição, não que Deus a queira dar, mas porque Deus nada pode fazer contra a tua vontade.


NOTA: Este texto não pretende ser de maneira alguma taxativo, apenas serve para dar algumas nuances.