segunda-feira, julho 21, 2008

A Educação Muda o Nosso Genoma?

Será que existe uma herança genética, que tem influência na nossa maneira de ser? Ainda que a resposta seja afirmativa, por si só a herança genética não é suficiente, isto porque se não educarmos os nossos filhos eles ficaram à deriva, tornando-se nuns selvagens. Sabemos que as nossas palavras (palmadas e castigos em algumas situações) não mudam informação genética, nesse caso sub-entendo que a formação de uma pessoa não deriva só dos genes mas também doutros locais, a experiência pessoal, convivência e particularmente da educação, ora estas últimas vertentes os antigos diziam que diziam respeito à alma, hoje está mais na moda falar de mente ou psique, áreas estas que estão ligadas ao cérebro mas são distintas e superiores. Temos alma e é só por causa disso que somos educados, não é por nos darem um cubo de açúcar ou uma chicotada no rabo que aprendemos (em criança pode passar por repreensão física uma vez que a criança não tem uma mentalidade plenamente formada), mas sim porque nos fazem entender que algo é melhor, ou seja não vem por uma estimulação física, mas pelo apelo ao raciocínio e às emoções, ou seja uma comunicação à alma.

quarta-feira, julho 16, 2008

O Tolerante Intolerável e a Intolerante Tolerável

Rogério Vital é um professor de sociologia, tem 43 anos, casado, com dois filhos, condição económica favorável, digamos que é uma pessoa normal (bem sei que uma pessoa normal, olhando para o mundo é uma pessoa que passa dificuldades). O Rogério é um Pluralista, não reconhece que exista apenas uma explicação para as coisas, um único caminho para achar o sentido da vida, por consequência é também um tolerante, isto é na minha singela observação, ser intolerante para quem é intolerante, uma atitude paradoxal que nunca se aparenta como tal.

Carla Madruga é assistente social, tem 31 anos, solteira porém autónoma. A Carla é Cristã, considera que nem "todos os caminhos vão dar a Roma", acredita que caminhos contundentes não podem ser ambos verdadeiros, como tal expressa a sua opinião de uma forma amena, por forma a que todos possam ter conhecimento do caminho que ela crê ser o verdadeiro, único para se chegar à paz, por meio do verdadeiro reconhecimento do propósito da vida.

O Rogério não tolera pessoas como a Carla, porque a Carla é intolerante para com as suas ideias, A Carla tolera pessoas como o Rogério, como também podia não tolerar, ela costuma fazer alguns "cheques-ao-rei" inescapáveis à teoria de pessoas como o Rogério, aos quais pessoas como o Rogério decidem ignorar relativizando as regras do jogo.

terça-feira, julho 15, 2008

Certezas? Nem da Morte.

Quebro aqui a sequência de diálogos, que me dão bem mais prazer que um texto corrido como costumo ter aqui no blog. Faço isto por duas razões, pelo menos que tenha identificado, primeiro porque me parece que aquilo que vou dizer não dê conversa, depois se dessa conversa creio que seria eu a falar, não queria isso, como já foi visto nos diálogos tenho falado nas entrelinhas.

O que é uma certeza? Digamos que é um facto que não temos qualquer dúvida, temos uma convicção total. Verdadeiramente não existe certeza nenhuma, a não ser das coisas que vivemos, e mesmo assim às vezes... Quero dizer que a certeza é alguma coisa que só temos com o uso da fé, de imediato pensamos em religião, mas a fé é comum a toda e qualquer convicção, para bebermos amanhã o leite ao pequeno almoço, temos de ter a convicção que ele não está estragado, ora sem qualquer tipo de teste precisamos de fé, fé que tudo sucederá como tem acontecido. Um pouco como a morte, com a diferença que esta aconteceu muito mais vezes, de qualquer maneira nem da morte temos a certeza, digamos que temos 99,9999999999 certeza de que vamos morrer, a avaliar pelos nossos antepassados. Digamos que poderá porventura surgir um elixir da vida (que não vai existir, tenho fé que não vá), como tal a morte não é certa, é quase quase absolutamente certa, portanto temos um pouco de fé que vamos morrer, quase nada.

Precisamos de fé para tudo, como tal a fé em Deus, que Deus fez, faz e fará ou que Deus foi, é e será, é só uma outra vertente da fé. Tu tens a certeza que Cristo não ressuscitou? Se a tens é pela fé, e grande é a tua fé que negas as evidências. A mesma pergunta faço a mim: Natanael tens a certeza que Cristo ressuscitou: Absoluta não, só pela fé. E tu que negas os escritos dos apóstolos, porque não negas também os escritos de Aristóteles, de Platão, do Dom Dinis, etc?

A nota final batendo na mesma tecla que sempre bato, até que os meus leitores afinem o seu canto, para o tom da canção, pois anseio que os seus floreados vocais fossem feitos no tom. Tu tens certezas pela fé, a fé preenche os buracos que o conhecimento não alcançou, examina se não existem buracos demais na tua teoria, lacunas abissais de conhecimento, falésias de ignorância que a tua fé tende a ultrapassar. Na verdade a fé é útil e sem ela ninguém terá acesso a Deus, eu preciso dela, mas no seu lugar, não posso navegar na fé sobre aquilo que o conhecimento decreta, nem devo fazer uso abusado dela, pelo menos na horizontal (faço-me entender?). Nem a uma fé sincrética nem céptica.

domingo, julho 06, 2008

No Areópago

Patósceles - O teu Deus é justo?!
Maquilátero - Deus não é meu, eu é que sou dele. E sim, Ele é justo, sempre justo.
Patósceles - O teu Deus mata?!
Maquilátero - Ele se matar alguém é para que não morram muitos.
Tácito - Mesmo inocentes?!
Maquilátero - Não sei, mas se o fizer alguma vez, até previne que essa pessoa se torne pecadora e morra em pecado.
Patósceles - Então e achas bem, pessoas que nunca ouviram falar do teu Cristo, que morram em seus pecados e vão para o inferno?
Maquilátero - Quem te disse que isso vai acontecer?
Tácito - Não diz a tua Bíblia que quem não crer em Cristo, morrerá em seus pecados?
Maquilátero - É a mesma que diz que Deus é Justo Juiz. E que diz que os gentios sem lei hão de ser julgados pela sua consciência, não leste a carta de Paulo à Igreja que está em Roma?
Tácito - Então para que evangelizas? Se pessoas poderão ser salvas sem Cristo?
Maquilátero - Cristo é o criador da lei moral que rege os nossos corações. Além do mais as pessoas são naturalmente más e não boas, são traidoras da consciência e percisam do favor de Deus para se tornarem novas criaturas.
Patósceles - O teu Deus perdoa o suicídio?
Maquilátero - Se a pessoa tiver tempo de se arrepender sim.
Patósceles - E se não tiver?
Maquilátero - Morrerá no seu pecado.
Patósceles - Então o teu Deus não perdoa tudo!
Maquilátero - Não está em causa o perdão de Deus mas o arrependimento do Homem.
Cesânio - Se Deus perdoa, eu faço o que me apetece e depois peço perdão.
Maquilátero - E se amanhã morreres? Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje!
Tácito - Então responde-me a isto: Quem criou o mal?
Maquilátero - Eu não fui.
Tácito - Responde pela positiva, vá lá.
Maquilátero - Tu já sabes a resposta, já perguntaste isso uma vez a sós. Tu já sabes que o mal é um estado do bem, não foi criado.
Tácito - É incriado?
Maquilátero - Sim.
Tácito - Então é Deus! Ah ah ah! Desta apanhamos-te Maquilátero!
Cesânio - Ah ah! Safa-te lá desta ó crente!
Maquilátero - Romênio tu que crês num Deus responde: Deus criou a água liquida ou a água sólida?
Romênio - Penso que a água liquida.
Maquilátero - Então a água sólida é incriada. E nem por isso é Deus. Como disse o mal é um estado, uma atitude errada é o uso inapropriado do bem. Um adúltero, tem boas coisas, vontade por exemplo, portanto é necessário bem para fazer o mal. E como já disse o mal é um estágio do bem, deriva da intenção do coração, a qual Deus julgará.