quarta-feira, maio 09, 2007

Síndrome de Escrivão de Éfeso

Atos 19: 35 e 36
"Então o escrivão da cidade, tendo apaziguado a multidão, disse: Homens efésios, qual é o homem que não sabe que a cidade dos efésios é a guardadora do templo da grande deusa Diana, e da imagem que desceu de Júpiter? Ora, não podendo isto ser contraditado, convém que vos aplaqueis e nada façais temerariamente;"


Este senhor, escrivão da cidade de Éfeso, disse uma coisa que pode ser ouvida pela parte de outro ser humano, que estando errada, às vezes passa impune à correcção como se fosse uma grande verdade, todavia não passa de uma "calinada", como se diz no bom português. Não se trata de um erro de discurso, mas um erro lógico.
Como não se pode contradiar então é verdade, dizia ele! Vejam só, não se diz nada contra então é verdadeiro.
Vamos à analise detalhada.

A Atitude
Em primeiro lugar a atitude deste senhor é de medo de estar errado, parece-me a mim, não vos aconteceu que quando alguém está diante de um confronto às suas ideias e não está confiante, começa a dizer repetidamente a sua ideia sem qualquer fundamentação, e a dizer que não a tudo o que dizemos, e a fazer coisas piores alguns...enfim. Este senhor estava com medo de que aquilo que Paulo andava a pregar fosse verdade, a Ásia estava a ser atingida pelas grandes verdades de Deus através deste homem, portanto o escrivão nem queria ser abordado, mandou o bitaite e acabou por ali a grande discução que se estava a gerar, mas não provou que a sua frase era verdadeira.

As Evidências
De facto este senhor dizia que não podia ser contradito, mas ele nem sabia como defender a sua ideologia, como tal dizer que por não haver anda que contradie então está certa. Existia porém alguma prova?
Se eu disser que todos os acidentes de automóvel acontecem devido às pessoas estarem calçadas, porque em todos os acidentes elas estavam calçadas, seguidamente digo, isto é verdade uma vez que não pode ser contradito. Não faz sentido, as verdades devem ser evidenciadas por provas e não por vontade.

O Apelo
Quem é que não sabe, dizia ele num sentido retórico, quem é o homem que não sabe!? Este senhor está claramente a fazer o apelo do género "O rei vai nu" (história em que apenas os intilegentes conseguiam ver a roupa do rei). Está a dizer que quem não sabe isto não sabe uma cosia evidente, que por sinal não tinha evidencias. A defesa estóica desta tese, por parte deste senhor não passa de discurso, evidências..."pufft!"

Analogia
Alguém diz: "Ninguém provou que os extra-terrestres não existem, então existem", raciocinemos ao contrário'(e da maneira certa): "Ninguém provou que os extra-terrestres existem, então é absolutamente plausível pensar que não existem".
Que fique claro que o que se diz tem de ter provas, se não existirem é absurdo acreditar seja em teorias, histórias, mitos, boatos, etc. Argumentação do género, não existem provas contrárias então é verdadeiro, é falaciosa.

1 comentário:

Adilson Marques disse...

N9,
Mais um excelente texto. Aprecio o raciocínio lógico com que escreves. Seguindo-os, a conclusão faz sempre sentido. Um abraço.