quinta-feira, janeiro 31, 2008

Desfazendo o Argumento da Imaterialidade

"Se não conseguimos ver, medir ou testar deus de nenhuma forma rigorosa com métodos físicos e experimentais, possivelmente ele não existe.

Qualquer coisa para existir necessita ter existência no espaço-tempo, e até agora deus nunca foi cientificamente medido (nem bem definido) no espaço-tempo."




O argumento para a inexistência de Deus em causa, é falacioso. Este argumento requer uma verdade a priori, é o facto de que apenas as coisas que podem ser testadas com métodos físicos exprimentais são verdadeiras, ora é impossível dizer isto. Primeiro porque o que ontem não podia ser provado, hoje porventura já o poderá ser, a história da ciência nos têm revelado isto. Segundo porque Deus não é físico e não se Deve esperar encontrá-lo directamente numa experiência físca. Em terceiro lugar este argumento é auto-destrutivo, porque este argumento não pode ser experimentado de uma forma física.


Resumindo e complementando, este argumento trata-se de uma pescadinha de rabo na boca, pois requer uma verdade, que é provada com o próprio argumento, o que é absurdo, é o mesmo que dizer Sim, porque Sim. Se Deus existe este argumento é falso, mas Deus não existe porque este argumento é verdadeiro, é isto que este argumento tenta dizer. Sem prova alguma assume uma posição, afinal é isto que o ateísmo é, uma ideia sem provas que se prova a si mesma.




domingo, janeiro 20, 2008

A Experiência Estética

O ser humano é o único ser da Terra que tem a capacidade de contemplar e discernir o que é o belo, o único capaz de produzir uma obra de arte, mais, o único capaz de a contemplar e retirar dela determinado prazer, prazer este que não faz parte das suas necessidades básicas. Refiro-me então à experiência estética. Não é uma experiência que os animais tenham, ponha música clássica a tocar para uma vaca, no máximo aumentará a produção de leite, já ao ser humano pode levá-lo a dançar ou a chorar, qualquer coisa que faz vibrar mais do que os nossos tímpanos. O mesmo acontece com outras vertentes da arte em que o ser humano fica deveras extasiado, o apogeu de tudo isto é a experiência estética em relação à natureza, conseguimos ficar fascinados com a beleza de um peixe sem pensarmos de alguma forma em comê-lo. Fascinante como somos um ser superior, criado para usufruir da natureza, mas também criado para contemplar, criado para criar e recriar e contemplar criações.


domingo, janeiro 06, 2008

Autonomia

A Etimologia diz-nos que a palavra autonomia, deriva do grego autós (próprio) + nómos (lei), ou seja, autonomia diz respeito a cada individuo, está associado à individualidade.
A partir de que ponto alguém se torna autónomo? Quando adquirimos autonomia? Esta individualidade de escolher, de viver, etc.
Apenas o que é gerado tem autonomia, por outro lado apenas seres autónomos podem gerar seres autónomos1. Se a frase anterior for verdadeira, então os seres vivos nunca vieram a existir por meio da evolução, mas tiveram que ser criados*, caso contrário nunca poderiam e nunca poderíamos ser autónomos.
Desta forma, se a evolução é verdade, então ninguém é autónomo e todas as acções não são feitas realmente por nós, mas pelo andar do cosmos. Se a teoria da evolução é verdadeira por favor libertem todos os assassinos, ladrões, violadores e pedófilos, eles não são autónomos, quem está a fazer tudo isto é ninguém, chamam-lhe acaso. Se acreditamos na teoria da evolução então quem melhor expressou o estado do homem e do mundo foi Jean Paul Sartre expressando a ideia de que o homem é uma piada trágica num contexto de total absurdo cósmico.

*
A verdade é que o homem foi criado e não gerado, mas Deus criou um homem gerado (com todos os atributos de um homem gerado), com capacidade de gerar, pois Deus não criou uma criança, mas um homem, Adão. Logo depois criou uma mulher e não uma menina. Criou seres autónomos.

1 alteração feita passado algum tempo