Quebro aqui a sequência de diálogos, que me dão bem mais prazer que um texto corrido como costumo ter aqui no blog. Faço isto por duas razões, pelo menos que tenha identificado, primeiro porque me parece que aquilo que vou dizer não dê conversa, depois se dessa conversa creio que seria eu a falar, não queria isso, como já foi visto nos diálogos tenho falado nas entrelinhas.
O que é uma certeza? Digamos que é um facto que não temos qualquer dúvida, temos uma convicção total. Verdadeiramente não existe certeza nenhuma, a não ser das coisas que vivemos, e mesmo assim às vezes... Quero dizer que a certeza é alguma coisa que só temos com o uso da fé, de imediato pensamos em religião, mas a fé é comum a toda e qualquer convicção, para bebermos amanhã o leite ao pequeno almoço, temos de ter a convicção que ele não está estragado, ora sem qualquer tipo de teste precisamos de fé, fé que tudo sucederá como tem acontecido. Um pouco como a morte, com a diferença que esta aconteceu muito mais vezes, de qualquer maneira nem da morte temos a certeza, digamos que temos 99,9999999999 certeza de que vamos morrer, a avaliar pelos nossos antepassados. Digamos que poderá porventura surgir um elixir da vida (que não vai existir, tenho fé que não vá), como tal a morte não é certa, é quase quase absolutamente certa, portanto temos um pouco de fé que vamos morrer, quase nada.
Precisamos de fé para tudo, como tal a fé em Deus, que Deus fez, faz e fará ou que Deus foi, é e será, é só uma outra vertente da fé. Tu tens a certeza que Cristo não ressuscitou? Se a tens é pela fé, e grande é a tua fé que negas as evidências. A mesma pergunta faço a mim: Natanael tens a certeza que Cristo ressuscitou: Absoluta não, só pela fé. E tu que negas os escritos dos apóstolos, porque não negas também os escritos de Aristóteles, de Platão, do Dom Dinis, etc?
A nota final batendo na mesma tecla que sempre bato, até que os meus leitores afinem o seu canto, para o tom da canção, pois anseio que os seus floreados vocais fossem feitos no tom. Tu tens certezas pela fé, a fé preenche os buracos que o conhecimento não alcançou, examina se não existem buracos demais na tua teoria, lacunas abissais de conhecimento, falésias de ignorância que a tua fé tende a ultrapassar. Na verdade a fé é útil e sem ela ninguém terá acesso a Deus, eu preciso dela, mas no seu lugar, não posso navegar na fé sobre aquilo que o conhecimento decreta, nem devo fazer uso abusado dela, pelo menos na horizontal (faço-me entender?). Nem a uma fé sincrética nem céptica.
terça-feira, julho 15, 2008
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