Algumas pessoas sentem-se incomodadas com a ideia de um Deus que possa punir atitudes erradas, outras por sua vez sentem incomodo pelo facto de Deus poder perdoar determinadas atitudes erradas. Enquanto umas acham inconcebível um pedófilo arrependido ser perdoado, como eu já ouvi, outros acham inconcebível o mesmo ser mandado para um sofrimento eterno.
Julgo que a primeira ideia que devemos ter patente para uma visão equilibrada do Perdão e da Punição Divina, ou do Amor e da Justiça é que a moralidade não é relativa a culturas ou indivíduos. Não podemos determinar a veracidade da Bíblia pela os nossos sentimentos, que diga-se de passagem, são muito voláteis! Partindo do principio que a moralidade é relativa não há lugar a nenhum juizo de valor, nada nos resta senão uma vida selvagem baseada no prazer imediato não olhando a meios para atingir fins. Do Homem espera-se um pouco mais.
Vale a pena ainda dizer que quando partilhamos com outra pessoa um juízo moral, por exemplo, é injusto Deus mandar um ladrão para o inferno, ou melhor, permitir que ele vá para lá parar, estamos a partir do pressuposto que a pessoa com a qual falamos também tem a mesma sensibilidade moral, como tal acreditamos numa moral universal, se não fosse esse o caso nunca partilharíamos um juízo moral.
Visto que o carácter de Deus não é determinado pelos sentimentos humanos, devemos mais submeter que recalcitrar. Deve-se este texto então a tentar provar que a visão de um Deus de perdão e punição é o ideal para a humanidade.
Em primeiro lugar, aqueles que crêem que no final haverá recta justiça, são livres do sentimento de vingança quando a justiça não é eficaz aqui. Depois a punição é a única forma de resguardar um ideal, punido aquilo que lhe for oposto. O amor de facto tem de odiar aquilo que puder ser nocivo para ele mesmo, por isso tem de haver um lugar onde o mal ficará para sempre, onde não pode mais atormentar o bem.
A alternativa à punição é o perdão. E que bela alternativa! Perdão para todos, porque todos estão debaixo de punição, todos falharam o alvo drasticamente, podes pensar que não, mas como disse de outra forma à pouco, as regras foram ditadas por Deus, rebelar-mo-nos contra as regras de Deus tendo como base um argumento moral, é cortar o galho onde estamos assentados, porque a moral vem de Deus, o que acontece é que nós a temos meia distorcida.
A punição é para quem quer. Quem quiser perdão, há muito para dar ainda. Quem não quiser perdão, infelizmente não terá outra alternativa à punição, não que Deus a queira dar, mas porque Deus nada pode fazer contra a tua vontade.
NOTA: Este texto não pretende ser de maneira alguma taxativo, apenas serve para dar algumas nuances.