Intro
Neste post venho tentar demonstrar, recorrendo sobretudo à lógica *, que Deus não se enquadra com visões do mundo começadas por "P", nomeadamente o Panteísmo, o Politeísmo, o Panenteísmo e o Pandeísmo.
Antes de mais é de esclarecer o que significam estes conceitos:
Politeísmo - sistema religioso que admite muitos deuses
Panteísmo - sistema filosófico segundo o qual Deus e o mundo constituem uma unidade e uma só substância
Panenteísmo - sistema filosófico segundo o qual Deus contém em sí tudo o que existe porém é maior do que tudo o que existe
Pandeísmo - sistema filosófico que admite que Deus precede do Universo sendo Ele o seu Criador
Que é Deus?
Deus, com "D" maiuscúlo é um ser ilimitado, infinito e perfeito. Como é que sabemos isto recorrendo apenas à lógica?
Em primeiro lugar não conseguimos imaginar nada que Deus não possa fazer, todos os nossos pensamentos de algo impossível, alegamos com certeza que Deus possa fazê-lo, Ele é a entidade mais alta alguma vez conhecida, não há nada que consigamos imaginar de maior do que Ele. Assim Deus torna-se ilimitado, uma vez que não conseguimos establecer algum limite para Ele. Além do mais não conseguimos entender a sua obra da Criação, é algo trasncendente.
Deus como infinito, superior a um universo em expansão
Deus como Criador porque a lógica, a ciência e a Bíblia nos demonstram que tudo o que é físico necessita de um criador, originador, causa, etc. Deus é o ser espiritual supremo, criador de todas as coisas.
Deus é perfeito, uma vez que criou tudo perfeito, esta é a lógica, porém perciso de recorrer à Bíblia para explicar o porquê das cosias tenderem ao caos.
Problemas fatais destas ideologias:
Politeísmo:
Não podem existir dois "Deus". Os atributos de máximo, de maior, de total, não podem existir a dobrar. "Infinito x 2" é alguma coisa de impossível. Não podemos duplicar o infiníto, o total, etc.
Não podem existir Deus + deuses. Pela mesma razão anterior, "Infinito + 2 + 3" é impossível. Não podemos acrescentar algo ao total, ao infinito, etc.
A essência de Deus não permite mais deuses ou outro Deus.
Panteísmo:
A criação não é o Criador. Imaginemos uma mãe que tem um filho, esse filho não é parte da mãe, ele é uma pessoa distinta, embora descenda da mãe. Deus enquanto Criador não se inseriu na criação embora a Sua impressão digital esteja patente.
Deus não é um ser físico, está para lá do físico, logo Deus não é uma árvore, não é um pássaro, nem sequer uma pessoa é um pouco de Deus. Deus é Espírito. Deus é Espírito, porque Ele mesmo criou o físico, logo não poderia ser físico antes de criar o físico
-Se consideramos o atributo de perfeito, então é impossível Deus ser os homens que criam as guerras, matam pessoas, etc. Se isso fosse possível Deus seria suicída e isso vai de encontro a qualquer defenição de perfeição.
Panenteísmo:
Como já vimos Deus não contém a sua criação, é exterior a ela.
Esta ideologia é uma mistura da visão teísta com a panteísta, por isso ela é correcta, basta apenas tirar aquilo que tem de panteísta.
Pandeísmo:
Estamos diante de uma contradição. Deus tem o atributo de ser superior ao universo uma vez que este é o seu criador, anterior a este obviamente, logo Deus não pode ter surgido quando surgiu o universo. Deus é anterior às suas criações. Sabemos que o universo não é eterno, teve um começo, por isso teve de ser iniciado por alguém existente anterior a este.
* Não é de forma alguma minha intenção afirmar que apenas podemos alcançar Deus pela razão, apenas uso a razão porque creio que Deus nos capacitou com esta também para o entendermos e porque sei que muita gente pensa que Deus é alguma coisa que apenas se associa a religião e a fé.
quarta-feira, abril 04, 2007
Panteísmo, Politeísmo, Panenteísmo e Pandeísmo (alpha 1)
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14 comentários:
Olá, a meu ver tens algo errado neste post: "infinito x 2 = infinito"
Qualquer coisa que multiplique ou some com infinito é infinito. O total não é infinito. Infinito é uma ideia de muito mutio, mas não é o total. Entre o infinito e o total pode ir infinito.Não pode haver dois totais mas podem haver vários infinitos, aliás, podem haver infinitos infinitos.
Outra coisa, explica lá como é que as coisas tendem para o caos.
Com os melhores cumprimentos
Dário S. Cardina Codinha
www.ualg.pt/nebi
Como já te tinha dito, este é um post distinto, são ideias exprimidas e não garanto que as minhas lógicas estejam certas.
Quanto às coisas tenderem ao caos, trata-se da entropia, todas as coisas, naturalmente, tendem à desordem e não à ordem, como por exemplo uma pessoa que envelhece, uma maçã que apodrece, um ferro que enferruja.
Houve uma vez um artista que fez o seguinte, costruiu um caixa bem grande e pôs dois tipos de areias lá dentro separadas uma da outra, ah e estas areias eram de cores diferentes. Depois ele pediu a um miudo para andar em circulos dentro dessa caixa, passado um bocado depois das areias estar todas misturadas, o artista disse: Agora anda no sentido oposto.
Bem...como é de esperar as areias não ficaram como estavam no inicio ams ainda mais misturadas. Talvez seja uma analogia interessante para se falar de entropia.
Exactamente! entropia é o estado de desordem de um sistema.O inverso chama-se Entalpia e dá para ser compreendido fazendo a história voltar para trás, como num filme. Dá para saber o fim do sistema e o início do sistema... de onde veieram e para onde se dirigem as componentes do sistema.
Atentamente
El panteísmo y el panenteísmo son aproximadamente lo mismo, solo que el primero se limita a lo que se conoce, y el segundo afirma que la Divinidad es aun mas amplia que todo lo conocido. El deísmo es aplicable a cualquier religión, aunque según mi punto de vista es una teoría demasiado "pesimista" como para que un deísta realmente desee rendir culto a unos Dioses que perdieron interés en su obra - en cambio, el pandeísmo es una fusión entre el panteísmo y el deísmo, que afirma que los Dioses ya no participan en los acontecimientos del Universo porque ahora SON el Universo.
Caro Anónimo,
O Deísmo não me parece pessimista, todavia, ainda que fosse, continuaria a ser a única hipotese viável.
Aquilo que Deus cria não é Deus, tal como o que o Homem cria não é Homem. Aquilo que Deus "gera" é Deus, tal como o que o Homem gera é Homem.
O Criador não pode ser a própria criatura, por duas razões:
1- A criatura já não é Deus
2- O Criador sempre tem de existir antes e de forma superior à própria criatura.
Quero reformular o comentário anterior, confundi Deismo com Teismo.O Deísmo refere-se a um Deus, mas não pessoal ou que se revele, o Teismo já não.
Sendo assim há duas hipoteses, Deísmo ou Teísmo.
O Teísmo admite a revelação Divina ao Homem, o Deísmo apenas admite que a natureza revele Deus, que é unicamente alcansável pela razão. Ora não aceito os termos do Deísmo sobretudo pela experiência própria, mas racionalmente falando o Deísmo faz de Deus um pessoa que se contradiz, o que é contrário à essência perfeita de Deus. Desta forma:
O Deísmo admite que alguém possa receber uma revelação de Deus, mas essa revelação será pessoal e não terá aplicação a outros, acontece que mutias pessoas receberam revelação Dívina para falar às outras pessoas. Logo ou essa revelação é falsa ou Deísmo é falso. Uma dessas revelações é a Bíblia Sagrada, que por variadas razões eu admito que é a revelação Divina, seja pelas profecias, inerrâncias cientificas, astronómicas arqueológicas etc, tal como as palavras de grande profundidade inatingiveis por seja que homem for. Logo admito o Monoteísmo como verdadeiro e por oposição o deismo, panteísmo, pandeísmo, panenteísmo, politeísmo, ateísmo, agnosticismo, entre outros mais que "ismos" que possam existir como falsos.
Assim como V.S.,também,participo da noção de que o primeiro passo na direção espiritual é a razão! "Deus é a mais alta razão".
Por isto, permita-me. No seu trabalho está dito que Deus é Espírito Infinito. Sendo Infinito nada pode estar fora DELE. Logo, a Criação está dentro do Criador! Sendo o Criador o Espírito de perfeição, Tudo que está NELE, também, é perfeito! Por isto, o Universo é Cosmos!
As matérias se transformam, mas a idéia que as Criou é imortal!
Caro carlos, os seus comentários são muito bem-vindos. Permita-me no entanto fazê-lo pensar um pouco mais.
Creio que está a misturar matéria com espírito. Como sabemos espírito e matéria operam em dimensões diferentes, por isso não podemos misturá-las. Deus pode ser infinito em determinadas dimensões (por exemplo infinito em amor), mas isso não tem de necessariamente implicar a dimensão material.
Ex Nihilo, Nihil Fit (Nada pode vir do Nada). Este é o meu princípio axiomático para lidar com a questão de Deus e do Universo. Sempre que alguém defende que algo vem do nada está a tratar, erradamente, o nada como sendo algo. Assim, Nem o Universo veio do Nada nem Deus criou o Universo a partir do Nada. Em consequência julgo mais racional considerar que o Universo deriva da própria substância divina como emanação. com isso Deus não é anterior ou existia antes do Universo, pois o tempo e o espaço apenas surgem com o Universo. Deus está fora da dimensão tempo-espaço. É a razão do mundo e os mundos desde sempre dele emergem, emergiram e emergirão eternamente. São restos de Deus mas não são Deus. (reflexão para discussão)
Caro Anónimo,
Há algumas coisas interessantes no teu comentário, no entanto gostava de explicar uma coisa melhor.
"Sempre que alguém defende que algo vem do nada está a tratar, erradamente, o nada como sendo algo".
Na verdade quando uma pessoa diz que algo veio do nada, ela não está a dizer que o nada seja alguma coisa. É simplesmente a maneira que temos de nos referirmos a coisa nenhuma. Portanto Deus criou tudo, implicitamente do nada, visto que nada existia antes.
É apenas uma questão de semântica. Aliás parte do comentário parece-me dizer a mesma coisa com uma linguagem mais poética, que ainda assim não é suficiente para descrever esse mistério da Criação.
Mas continue a dizer coisas, gostei do seu comentário, obrigado
Nate,
Quando critiquei aqueles que defendem que o Universo veio do Nada por deturparem o conceito do Nada estava a pensar em obras de cinetistas que empregam essa experessão para referir o vácuo, o vazio, o caos... ou seja, estão a falar de Algo que existe e chamam-lhe Nada incorrectamente, talvez para assim se esquivarem à questão de Deus.
Quanto ao Deus (ou Deuses)do teísmo que enforma as grandes religiões do Livro (judaísmo, cristianismo, islamismo) ele é encarado como criado ex Nihilo a partir da não existência. Aí há o problema de não ter donde criar. Se Deus tem a sua própria substância, porque não gerar a partir de si mesmo? Deliberadamente ou não, pois até pode ser que as emanações façam parte da prórpria natureza de Deus como substância "decaída". Sendo a natureza divina inteligente, a inteligência brotaria também das suas emanações... Não estou a dizer que acredito nesta teoria, apenas é a perspectiva que mais me seduz a razão. E apenas posso tentar seguir a razão. Deste modo, tendo a aceitar Deus mas não o Deus biblico, até porque o faço só pelo intelecto e não como resposta ao problema da morte.
Sodré
Sodré, gostaria de ter uma conversa consigo e tentar entender melhor os seus pontos de vista, nem que essa conversa fosse por email, se estiver interessado. Envie-me um email a descrever a sua "cosmovisão".
para: natas8@gmail.com
Nao sou de acordo com esses conceitos do qual alegam que Deus é a propria natureza. É absurdo! E mais absurdo ainda é ver filmes passando este tipo de conceitos para a sociedade e, quem não conhece a verdade (a Bíblia), acaba os aderindo-os. Eu porem, fico com a verdade, pois sei que Ela é viva e eficaz. Acredito que no seu texto só faltou algumas verdades biblicas para assim dar mais base e veracidade pois com a Bíblia não se contesta.
'Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez: Ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro.' Isaías-45:18
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