domingo, novembro 04, 2007

De Sapo para Príncipe

Segundo o relato evolucionista da origem da vida, os sapos, tendo em conta vários estágios de tempo prolongados, acabaram por se tornar pessoas, e algumas destas pessoas se tornaram príncipes, as únicas diferenças em relação à fábula popular é mesmo o beijinho da princesa e o tempo decorrido.
Na verdade a teoria da evolução das espécies, mais propriamente o darwinismo, não passa de uma conjectura que quer com base num pensamento naturalista, incutir um restiling da fábula que ouvimos quando éramos pequenos, como verdade absoluta. Se assim não fosse ela não seria a única ideia a ser leccionada nos ensinos escolares, sejam básico, secundário ou superior.
Como quero que este post seja um assessório de um conhecimento mais técnico e profundo acerca desta temática, recorro a um artigo em pdf o qual partilho desde já (artigo).
Se tiverem vinte minutos disponíveis deliciem-se com esta espécie de debate (parece-me que é uma transcrição de um debate em vídeo), muito bem escrito e traduzido, o qual põe a nu os pontos paradoxais do darwinismo, mostrando que esta ideia é uma teoria que não deve ser creditada.
De uma forma acessível peritos na matéria (com distintos pontos de vista) abordam a temática a qual acaba por ser conclusiva. Pode resumir-se a um simples silogismo:

Ou os seres vivos apareceram do nada e ao acaso, indo aos poucos evoluindo até se tornarem naquilo que existe hoje, ou um Projectista (Deus) é o único responsável pela origem da vida e das espécies no seu estado actual. (a)
A teoria da evolução é uma ideia insustentável e contraditória,
logo é concludente que só podemos aceitar um Deus como autor auto-suficiente de toda o tipo de espécie.



(a) Existe apenas uma outra opção conhecida, que se chama panspermia, mas esta diz respeito à origem da vida unicamente, e este documento diz muito mais respeito à origem das espécies.
Todavia se alguém acredita nesta ideia, gostava de a conhecer.


4 comentários:

Dário Cardina Codinha disse...

O desvendar da origem das penas foi dificultado por pistas falsas, de que a pena primitiva evoluiu a partir do alongamento e divisão da escama dos répteis, ou de que o seu desenvolvimento surgiu especificamente para o voo. O Archaeopteryx lithographica (final do jurássico – 148 M.a) não oferece novas pistas porque as penas são indistinguíveis das dos pássaros actuais.
Os mecanismos pelos quais um organismo cresce até atingir a plenitude da sua forma e tamanho abrem portas para a evolução da anatomia de uma espécie.
Todas as penas são variações de um tubo produzido pela epiderme proliferante com a polpa dérmica nutritiva no centro, crescendo como um pelo a partir da base. Como?
A pena cresce com um engrossamento da epiderme (placódeo) que se algonga formando um tubo (germe). A proliferação das células num anel em torno do germe da pena cria o folículo. O crescimento das células de queratina na epiderme do folículo força as células mais velhas a irem para cima e para fora, acabando por criar a pena.
O colarinho do folículo divide-se numa série de saliências longitudinais que criam bordas distintas.
As penas evoluíram através de uma série de estágios de transicção:
Estágio 1: Alongamento tubular do placódeo de um germe de pena e de um folículo. Isto produziu a primeira pena – um cilindro oco e sem ramificações.
Estágio 2: O colarinho do folículo diferencio-.se : a camada interna nas saliências longitudinais da barba e a camada externa numa bainha protectora, produzindo um tufo de barbas fundidas ao cilindro oco (cálamo).
Estágio 3: O crescimento helicoidal das saliências das barbas e a formação da raque. Um folículo neste estágio produz uma pena com uma raque e uma série de barbas simples, ou então um tufo de barbas com as primeiras penas de ramificação dupla.
Estágio 4: Capacidade de produzir bárbulas diferenciadas. Esta estágio possibilitou que um folículo produzisse ganchinhos na extremidade das bárbulas.
Descobertas moleculares confirmam os 3 primeiros estágios do modelo Evo-Devo. Premitem-nos identificar que genes específicos se manifestam. Alguns laboratórios investigaram as funções das proteínas produzidas quando os seus genes se expressam durante o desenvolvimento da pena. A formação dos genes sonic hedgehog (Shh) e bone morphogenic protein2 (Bmp2) desempenham um papel importante. As proteínas Sh e Bmp2 trabalham como um par modular de moléculas transmissoras de sinais que é reutilizado ao longo do desenvolvimento da pena. A Shh induz a proliferação de células e a Bmp2 regula a extensão dessa proliferação e promove a diferenciação das células.
Dados moleculares confirmam que o desenvolivimento da pena é composto por estágios hierárquicos em que eventos subsequentes dependem mecanicamente dos anteriores. Um exemplo: a evolução das faixas longitudinais na expressão dupla Shh-Bmp2 depende do desenvolvimento anterior do germe da pena tubuilar alongado. Também as variações dos sinais da dupla Shh-Mmp2 dependem da produção anterior das faixas longitudinais. Deste modo, os dados moleculares têm uma coerência muito grande com as circunstâncias em que as penas evoluíram a partir de um tubo oco alongado até à estrutura penácea.
Paleontólogos de Liaoning, desenterraram fósseis do início da formação iixiana do Cretáceo (124 a 128 M.a) entre os quais os primeiros mamíferos com placenta, a mais antiga planta florífera e uma grande diversidade de fósseis de dinosauros tetrápodes com afiadas excrescências tegumentosas. Ao todo, encontraram penas fósseis de mais de uma dúzia de dinossauros tetrápodes nonavianos.
As penas mais primitivas de que se tem, notícia (do Sinosauropteryx) são as estruturas tubulares mais simples possíveis, semelhantes às previstas pelo estágio 1 do modelo. O sinosauropteryx, o Sinornithosaurus e algumas espécies terópodes que não são aves têm estruturas abertas às quais falta uma raque e são congruentes com o estágio 2. Também existem penas penáceas com bárbulas diferenciadas e lâminas planares coerentes, como no estágio 4.
O Caudipteryx, o Protopteryx e os dromeossauros mostram um "leque" de penas na ponta da cauda.
A consequência desta descoberta foi uma redifinição do que significa sr uma ave e uma reconsideração da biologia e da história de vida dos dinossauros terópodes. Agora temos de reconhecer que aves são um grupo de dinossauros terópodes com penas que adquiriram a capacidade de voar. inversamente, Tyranosaurus e Velociraptor tinham a pele coberta de penas mas não eram aves.
A nova evidência descarta a teoria clássica de que as penas evoluíram a partir de escamas alongadas. A evidênia enterra a teoria popular antiga de que as penas surgiram para o vôo. Agora sabemos que as penas só surgiram depois da formação de um germe tubular e de um folículo na pele de algumas espécies. Portanto, a primeira pena evoluiu porque o primeiro tecido tubular que rompeu a pele ofereceu um tipo de vantagem em termos de sobrevivência.

natenine disse...

com mais ou menos pormenores de fábula, meias asas resultariam na extinção da espécie, tal como meios pulmões, tal como meia célula não poderia nunca sobreviver.

Dário Cardina Codinha disse...

Os pesquisadores acreditavam que compreender os Dromeossauros era fundamental para a reconstrução da evolução das aves. Por essa razão, estudaram seis fósseis encontrados na província de Liaoning, na China.
Três deles foram identificados como sendo da espécie Microraptor zhaoianus, um como um Dromeossauro de espécie desconhecida e os outros dois como uma nova espécie de Microraptor, batizada de Microraptor gui.
O estudo desses fósseis foi publicado na edição de 23 de janeiro da revista científica britânica "nature", reforça a antiga hipótese de que os pássaros são a evolução de um animal arbóreo que antes de voar passou por uma fase planadora quando apresentava quatro asas.
Sabemos que os pássaros deixaram pequena quantidade de fósseis para estudo, isso em função de seu habitat próprio.
Entretanto, as diferenças de órgãos não são tão grandes como faz supor uma olhada superficial e despreparada. Existem analogias entre orgãos e existe também a similaridade embriológica.
Isso faz-nos confundir o embrião de um réptil com um de uma ave, quando em sua fase inicial de desenvolvimento.

natenine disse...

A fraude do Microraptor gui

O célebre dinossauro chinês de quatro asas que deixou os cientistas boquiabertos ao ser apresentado, dois anos atrás, provavelmente não passa de uma fraude.

A acusação foi feita por um pesquisador americano e abre na academia um debate sobre honestidade intelectual, tráfico de fósseis e colonialismo científico ocidental.

O paleontólogo Tim Rowe, da Universidade do Texas em Austin, declarou à Folha que o fóssil do Microraptor gui – considerado uma das maiores descobertas científicas de 2003 – foi habilmente forjado a partir de restos de duas espécies de dinossauro e uma de ave. E enganou até os editores de uma das principais revistas científicas do mundo, a Nature (www.nature.com), que publicou o achado em sua capa.

"Acho que esse artigo precisa ser desmentido", disse Rowe, em entrevista no laboratório de tomografia computadorizada de fósseis por raios X da universidade, que ele dirige.

O americano entende de fraudes paleontológicas. Foi ele quem desmontou, em 2000, a farsa do Archaeoraptor [que foi capa de revistas como a National Geographic], outro fóssil chinês, trombeteado no final dos anos 1990 como o elo perdido entre dinossauros e aves – e que acabou entrando para a história como a maior falsificação da paleontologia moderna.

A tomografia computadorizada do Archaeoraptor mostrou que o fóssil foi montado com a cauda de um pequeno dinossauro predador e o corpo de uma ave, colados em um pedaço de rocha por contrabandistas de fósseis chineses.

Rowe diz acreditar que o mesmo tipo de montagem tenha sido feito no caso do Microraptor gui.

"Não consigo ver associação entre a parte anterior do fóssil [onde está a cabeça] e a posterior [onde está a cauda]", disse o cientista.

A espécie, descrita por uma equipe chinesa liderada por Xing Xu, hoje no Museu Americano de História Natural, em Nova York, é considerada uma descoberta revolucionária por causa das penas longas não só nos braços ("asas") como também nas pernas.

Nela estaria a resposta a um dos grandes enigmas da evolução: como as aves, que descendem dos dinossauros [conforme a concepção evolucionista], aprenderam a voar.

Xu e seus colegas teorizaram que as penas do M. gui o habilitariam a saltar entre árvores com vôos curtos, planados, como fazem hoje alguns esquilos.

Com imagens do fóssil do artigo original da Nature abertas na tela de seu computador, Rowe vai apontando o que ele chama de "discrepâncias" no M. gui:

"As fibras das penas não parecem continuar depois da fratura na rocha. E há uma diferença clara de densidade entre rochas que contêm diferentes partes do fóssil", afirma.

"Mas o que eu acho mais enervante é isso aqui." Rowe aponta, então, para uma fratura na rocha na fotografia do fóssil. Na tomografia, ao lado, a mesma fratura parece apagada.

"Eu não consigo explicar, pelas leis da física, como uma fratura pode aparecer numa foto e desaparecer numa tomografia. Mas posso explicar pelas leis da natureza humana. Isso parece Photoshop para mim", afirma, referindo-se ao software que permite manipular imagens digitais.

Rowe diz que convidou Xu duas vezes para trazer o espécime para ser tomografado em Austin. A alta resolução do aparelho da universidade permitiria sanar quaisquer dúvidas. "Eu me ofereci para pagar todos os custos da viagem e o exame. Ele não aceitou."

Rowe diz que alertou o editor da Nature Henry Gee sobre a possível fraude. Gee disse não ter "nada definitivo" sobre o assunto.

Procurado pela Folha de S. Paulo, Xu disse que não se recusou a levar o espécime para Austin. "O que aconteceu foi que, na primeira vez que ele fez o convite, eu estava atrapalhado me mudando para os EUA. Na segunda vez, o fóssil estava no Japão, e eu não iria tirá-lo da exposição. Ele não é meu chefe. Não sou obrigado a levar o espécime a Austin. Ele não teve paciência, o que me deixa meio com raiva."

O pesquisador, de 34 anos, que descreveu e batizou vários fósseis espetaculares de dinossauro emplumado da região de Liaoning, China, afirma não ter dúvidas sobre a autenticidade do M. gui. Ele diz que, se alguém tem evidências em contrário, pode se sentir à vontade para publicá-las num periódico científico – o que Rowe não fez.

"A tomografia computadorizada pode ser útil para obter informação sem danificar o espécime, mas também é verdade que a densidade de um único pedaço intacto de folhelho [tipo de rocha que contém os fósseis do M. gui] pode mudar dramaticamente."

Ele afirma ter visto esse padrão de preservação em pelo menos 15 espécimes de Liaoning.

** MUNDOS EM CHOQUE

Xu acusa os paleontólogos norte-americanos de tentarem monopolizar o campo e de não aceitarem o trabalho de cientistas do Oriente. "Eles tentam dizer: 'Este é nosso campo, nós sabemos tudo sobre ele e se você não tem as nossas técnicas, você está errado.'"

Rowe diz que as visões ocidentais e orientais de padrões científicos podem ser reconciliadas pelas novas tecnologias de imagem. Xu rebate: "A máquina dele vai ser juiz da autenticidade do meu espécime? Acho que não."

(Publicado na Folha de S. Paulo, de 8/10; o autor do texto, jornalista Claudio Angelo, viajou a Austin a convite da Sociedade de Jornalistas Ambientais [SEJ] dos Estados Unidos)


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Por acaso até me lembro de ler numa super interessante de alguns anos a dizer que o microraptor gui era uma farça.