Creio que por vezes não se consegue entender verdadeiramente os atributos de Deus, posso estar a ser teologicamente herético, mas presumo que esta é uma ideia equilibrada e explica muito melhor certos conceitos Bíblicos. Analise, se discorda diga-me, que transpareça a verdade. Sem mais delongas vamos ao raciocínio.
Se Deus é omnipresente, então está em todo o lugar, se está em todo o lugar então está no Inferno (local de tormento).
Devido à maneira como comummente analisamos os atributos de Deus podemos ser enredados por este silogismo, que é falso. Não faz sentido acreditar que seja verdadeiro, não faz sentido acreditar que Deus por ser omnipresente esteja num coração de uma pessoa que o rejeita. Então o que é afinal omnipresença? Possibilidade, repito, possibilidade de estar em qualquer lugar.
Pois não faz sentido que Deus por ser Todo-Poderoso esteja continuamente fazendo o uso de todo seu poder. Faço-me entender? Vamos aprofundar.
Nesse caso a omnisciência não é Deus saber tudo, é sim, possibilidade de saber tudo. Creio que Deus não sabe tudo o que vai acontecer, mas têm possibilidade de o saber quando quiser. Por esta razão, penso, Jesus (que é Deus) disse que nem Ele sabia o dia do seu retorno, e podia sabê-lo, porque Cristo também é omnisciente (parece-me que esta visão evita muitos problemas, não é por isso deve estar certa).
Seguindo o meu raciocínio, Deus pode fazer tudo, mas não faz tudo (ex: mentir); Deus pode saber tudo, mas não sabe tudo (será que sabe o nosso destino final?); Deus pode estar em todo o lugar, mas não está em todo o lugar (ex: "Inferno").
Será que estou a pôr Deus dentro de uma caixa? Bem, longe de mim querer fazer isso, mas pensando bem isto confere mais poder a Deus e não menos, talvez isto realce outro atributo, o seu controlo, poder fazer mas não faz, poder saber mas não sabe, poder estar mas não está. Vejamos como somos vulneráveis a fazer tudo o que podemos: Se começou a ler isto, pare agora e salte para próxima linha! Não leia este bocado. Não! Porquê saciar essa curiosidade?
Leram até ao fim? Acho que sim.
Último ponto ao qual cheguei, sei que Deus criou o ser humano como é para o salvar, para o resgatar, para mostrar o amor da maior forma possível, amando mesmo depois da traição. Então o ser humano enquanto falível foi feito com a possibilidade de falhar e Deus sabia que ele ia falhar, estava planeado. Mas será que Deus quis saber quem aceitaria o resgate? Ou deixou isso no nosso livre-arbítrio? Independentemente das nossas escolhas ele sempre está à espera de nos resgatar, não sabendo o nosso amanhã ele age sempre da mesma maneira, não que não fosse capaz mesmo sabendo o nosso final, mas simplesmente não o quis, para conforto nosso talvez.
Estou a ser altamente especulativo, se estas ideias lhe fazem confusão desista delas, mas confesso que a mim esta visão sobre os atributos de Deus me deu frescura e clareza.
quinta-feira, março 27, 2008
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4 comentários:
sabes que ao falar assim estás a puxar uma discussão muito forte, não sabes?
eu não partilho desta tua visão... se bem que, possivelmente, poderias resolver problemas como o "E Deus arrependeu-se de ter feito Noé" mas outros problemas poderiam colocar-se.
Se Deus tem a possibilidade de saber tudo porque não procuraria saber tudo? E falando de Deus, não era necessario ter o trabalho de ir à biblioteca ou coisa do genero, era so fazer "plim" e já estava.
Creio que a questão de Jesus não saber a altura do arrebatamento era por se encontrar na situação de humano.
"Mas será que Deus quis saber quem aceitaria o resgate? Ou deixou isso no nosso livre-arbítrio?"
Esta pergunta é sempre muito problemática. Até mesmo nas nossas igrejas... a teoria da predestinação e isso...
Mas se ele não soubesse quem se iria salvar ou não então também não faria sentido dizer no apocalipse que ele sabe número dos seus remidos
Ya. O teu último argumento sem dúvida põe em cheque a minha ideia, pelo menos no que diz respeito à omnisciência. Porém a respeito da omnipresença e omnipotência não vejo incompatibilidade.
A omnisciência é o ponto mais complexo. Bem podia aprofundar a questão, e vou fazê-lo só para satisfazer a curiosidade de quem ler, se bem que me parece que não vá ajudar nada e seja simplesmente um disparate. Deus podia saber o número dos remidos mas não saber quem realmente são.
Mas após a escrita deste texto pensei exactamente no que disseste, e admiti que talvez ao nível da omnisciência o que dissesse não fosse percisamente certo.
Não vou dogmatizar, ficam os "bitaites"para pensarmos, certamente pensarmos acerca de algo errado ou certo sempre trará fruto se tirarmos as conclusões correctas.
Eu acho que o problema em preceber-mos em que medida é que Deus é omnisciente/omnipresente/infinito/omnipotente
é o entendimento verdadeiro de como essas caracteristicas se condicionam umas ás outras e ao mesmo tempo sao condicionadas pelos atributos pessoais de Deus como o infinitamente bom e justo (por exeplo talvez não seja justo que Deus saiba que se vai perder e quem se vai salvar)
Entender Deus, como ele age, por que fez ou deixou de fazer isto ou aquilo, sempre será difícil ao ser humano limitado e terreno. Mas você é corajoso ao propor essa discussão a cristãos sinceros, já que temos de amá-lo também "de TODO ENTENDIMENTO".
Dentro desse "todo entendimento" temos de usar o que Ele já nos revelou: Que nos AMA. Que é uma Pessoa com Quem podemos desenvolver um relacionamento íntimo. Que Seus pensamentos são mais altos que os nossos. Que o melhor da sabedoria humana interpreta as Boas Novas como loucura.
E mais: temos de nos preocupar em alcançar a estatura de varão perfeito. Crescer na graça e no conhecimento dEle. Enquanto os anos passam, a entropia nos enruga, mas nossa alma se aprimora, fica mais bela e pronta ao encontro derradeiro, quando vamos conhecê-lO como Ele realmente é!
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