Creio que o primeiro ponto que devemos salientar é que se o bem e o mal dependem das reacções que em mim efectuam, então o bem e o mal diferenciam de pessoa para pessoa. Para mim usar um touro para diversão matando-o não me causa prazer, causa mais algo do género de repugnância, tendo como pressuposto esta distinção de bem e mal então para um toureiro algo que é bom para mim é mau. Fica então assente que o que dá prazer a um não dá a outro, inclusivamente pode causar dor a outro (o caso de uma vingança).
Se esta noção de bem e mal fosse aplicada à nossa sociedade, viveríamos no que chamamos uma anarquia, ou uma selvajaria para me tornar visualmente mais concreto. Porque o bem e o mal decretado por um Juiz estaria relativo a ele e seria muitas vezes diferente da opinião do réu. É por isto que digo que esta ideia não funciona, se ela for verdadeira, venha a mentira pois ela gera vida e organização. Ora eu não conheço nenhuma mentira que dê bons frutos, ou se os der é por pouco tempo, por isso calculo que esta ideia de bem dependendo do prazer e mal dependendo da dor está errada, mas vamos analisá-la. Porém antes quero ressalvar que o bem sempre trará prazer e o mal sempre trará dor, porém o mal e o bem não dependem daquilo que provocam, pois numa primeira instância podem causar o efeito inverso. A moral está acima do que sentimos.
Passo a exemplificar situações em que o bem não deriva do prazer, nem o mal da dor.
Amputar um membro com gangrena a uma pessoa, não lhe causará prazer, nem no momento nem depois (uma vez que ele deixará é de ter dor passando a um estado de normalidade) no entanto isto é o melhor que pode acontecer a esta pessoa. Aqui também podemos ver que aquilo que trás dor vai acabar também por tirá-la de uma vez por todas.
De onde vem o bem e o mal então? Parte da moralidade está no nosso eu, é a nossa consciência, a lei natural como alguns lhe chamam, ela está escrita por Deus nas nossas mentes, porém como seres "caídos" precisamos de algo mais para nos decretar absolutamente todo o bem e todo o mal, isto que me refiro é a revelação de Deus.
4 comentários:
Concordo com a tua reflexão. Mas a grande questão prende-se com as chamadas áreas cinzentas onde não temos escrita a vontade de Deus. Aqui só pode entrar a capacidade de saber ouvir o Espirito Santo a falar à nossa consciência. E como falar aos que têm as consciências cauterizadas?
Parabéns pelo blog.
Achei simples e de agradável leitura seus textos e com uma lógica fácil de ser compreendida.
Que Deus continue te abençoando e que venham mais posts sensacionais como este.
Vitor, creio que as áreas cinzentas são uma pequena questão e não uma grande questão, creio que o essencial está revelado, todavia o que disseste está correcto.
Quanto a consciências cauterizadas, só mesmo milagre, ao fim ao cabo da mesma fonte do milagre que aproxima um ser rebelde a Deus.
Uma boa reflexão que ajuda a compreender o problema da "relativização" das atitudes, posições e sentimentos.
Um abraço.
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