segunda-feira, janeiro 25, 2010

O Dogma

O João gosta de jogar Sudoku. Certo dia estava ele com um desses quebra-cabeças cujos os números que tinha para o resolver não eram suficientes para agir com certeza absoluta. Ele não podia colocar nenhum número com certeza em nenhuma casa. Entretanto o avô do João agarra no jogo e acrescenta uma série de números. Nada na altura poderia dizer que estavam certos, da mesmo forma que nada poderia dizer que estavam errados. O João seguiu cheio de fé o trilho aberto pelo avô e conclui aquele puzzle numérico com sucesso.

O João personifica qualquer pessoa diante da vida, diante desta aventura de existir a qual é de alguma maneira um quebra-cabeças. Os números que o avô colocou podemos considerá-los um dogma.
Penso que esta simples história explica que o dogma não é de si mesmo uma coisa má, nem sequer é alguma coisa que nos faz deixar pensar e investigar. Antes pelo contrário ele liberta-nos de um pensamento cíclico e infrutífero para um outro patamar, o qual nos pode fazer chegar ao sucesso, ou que também nos pode desgraçar a folha com o sudoku, e como sabemos, na vida escrevemos com caneta de tinta permanete.
O que se sucedeu nesta história é que o dogma se mostrou verdadeiro pela sua eficácia, exigiu de facto um passo de fé, porém uma fé racional que a cada número registado, verificava todas as casas para ver se realmente o dogma era sensato ou não.
Ao nível pessoal também me considero a preencher um puzzle, cheio de casas em branco e também com os meus dogmas, os quais verifico a veracidade a cada casa preenchida. De facto quanto mais vivo mais vejo o quão verdadeiro é o dogma que adoptei.


terça-feira, janeiro 05, 2010

A História que Explica as Histórias é uma História Também

Numa busca por perder o sentido da vida diz o homem moderno, qual niilista, que o ser humano tem tentado arranjar histórias para dar significado à sua existência, para ter uma razão para a qual viver. Diz também que estas histórias não fazem sentido e que devemos despojar-mo-nos delas.

O que o homem moderno não sabe, ou não quer saber, é que tal afirmação é também uma história para explicar a existência e como tal mais uma vez o subterfúgio pós-moderno é um tiro que sai pela culatra.