quarta-feira, março 17, 2010

O que pensas dita o que és

Existem pessoas que acreditam que não valem nada, apesar de ser mentira pensam tanto nisso que essa afirmação começa a dominar a vida delas. Se nunca tivessem pensado nisso, tudo estaria bem, mas porque alimentaram esse pensamento agora pensam que é mesmo verdade.

As pessoas não se tornam naquilo que pensam, um homem não se torna numa mulher só porque pensa que é mulher, apesar de se alimentar profundamente esse pensamento, acaba por tomar como verdade adquirida que é uma mulher. Dirá com certeza que nasceu mulher num corpo de homem, que desde pequeno sentiu isso, porém a verdade é que alimentou esse pensamento e agora apesar de não ser verdade, tornou-se verdade para essa pessoa, que é como quem diz, está enganada a seu respeito.

Quando alimentamos um pensamento a nosso respeito ele torna-se mais vincado, ele pode começar como uma indagação, depois uma dúvida, que acaba por se tornar num dilema, que por sua vez se transforma numa "verdade" ténue, que acaba por se tornar numa "verdade" indiscutível.

Quero dizer que apesar de não nos tornar-mos naquilo que pensamos, aquilo que pensamos a nosso respeito determina a maneira como nos encaramos. Nunca viram gente que não sabe cantar e pensa que sabe? Ou aquelas pessoas que pensam que são os maiores e não passam de uns lerdos (por vezes eu sou um desses)? Pois é, os pensamentos que alimentaram acabaram por determinar a pessoa que pensam que são.

Isto parece uma redundância, as pessoas que pensam que são uma coisa, acabam a pensar que são mesmo essa coisa! Engraçado. Mas não é redundante. Uma boa metáfora para uma redundância é um circulo, isto que vos falo é uma espiral. O pensamento ganha cada vez mais força até se tornar algo indubitável, como quem põe fita-cola à volta de uma caneta partida, quanto mais puser mais resistente fica.

Portanto, quer tu penses no que és (seja o que for), quer digam o que tu és (seja o que for), pondera realmente acerca disso, pede uma dica a pessoas experientes e sábias antes de te pores a pensar nisso nos teus momentos de solitude.

Ainda devo dizer que visto que não somos capazes de não pensar, resta-nos em relação às coisas que não fazem sentido ser pensadas, tê-las como coisas disparatadas. Este é o nosso antídoto para sabermos realmente quem somos.