quinta-feira, abril 26, 2007

O mito da geração espontânea

Algures no século XIX, havia um mito, que dizia que surgiam uns bichos de forma espontânea na carne, houve porém um senhor chamado Louis Pasteur, que disse que isso não podia ser. Certo era uma coisa, os bichos apareciam, de forma espontânea ou não.
Então Pasteur decidiu pôr à prova esse mito da geração espontânea, e fez o seguinte, arranjou dois bocados de carne, um deles fechou em vácuo e outro deixou normalmente a "apanhar ar", depois foi investigar os pedaços de carne e viu que o que tinha ficado a "apanhar ar" tinha realmente bichos, mas o que ficou fechado em vácuo não tinha bichos.
Este senhor acabou por decretar uma lei científica, aquela que diz que apenas a vida pode dar origem à vida (lei biológica da biogénese).
Ah! Antes que me esqueça, os bichos afinal apareciam porque iam lá umas moscas e deixavam lá os seus ovos, e claro, como as moscas são vida, originaram vida.
Porém existiram e existem pessoas que acreditam que da não-vida, pode vir vida, porém se há coisa que não existe são provas para essa ideia, nos anos 50 do século XX surgiram as famosas experiências de Urey e Miller, que nada provaram apenas que para conseguir apenas uns aminoácidos é necessária inteligência. aliás o próprio Miller admitiu que a questão da origem da vida era muito mais complicada do que ele ou qualquer outro tinha pensado. Vejamos o que disse o Dr. Rosevear sobre Urey e Miller:

"Urey e Miller tiveram que assumir, ao contrário a todas as opiniões dos geólogos, que a Terra jovem não teve nenhum oxigénio em sua atmosfera. Isto é porque aminoácidos são destruídos através do oxigénio. Mas a ausência de oxigênio imputa ausência de ozónio, outra forma de oxigênio. Ozónio na nossa atmosfera protege-nos da alta energia dos raios ultravioletas do Sol. Ácidos Nucléicos são decompostos rapidamente através de luz UV. Uma dificuldade adicional para esses que postulam síntese abiogênica é que as moléculas formadas são destruídas pelas mesmas condições (como calor, irradiação UV e eletricidade) que as fazem."
(1)


Com o decorrer dos anos veio-se a descobrir que a célula é tudo menos simples, tem vários componentes que não existem por si só, mas como um todo, como tal ideia de que a célula veio agrupando estes componentes é falsa, uma vez que esta não poderia existir sem as contribuições destes, já que estes contribuem mutuamente para o prevalecer da célula. Isto é chamado de complexidade irredutível, nada funciona até tudo estar a funcionar. Mas considerando que porventura uma simples célula podesse relamente "aparecer", era mais provável ainda que uma mesma pessoa ganhasse a lotaria nacional todos os dias do século XXI (2).
Resumindo, ontem, hoje e amanhã, o aparecimento da vida por acaso ou de forma espontânea é um mito, na verdade Deus, criou a vida e criou-a com um propósito.


(1) David Rosevear, "O Mito da Evolução Química"
(2) Frank Sherwin, "The Ultimate Gamble", Acts and Facts, 33, 1, 2004

9 comentários:

Dário Cardina Codinha disse...

De acordo com Aristóteles - (384-322 a.C)- os organismos podiam surgir por geração expontânea, a partir de matéria inerte, por acção de um princípio activo que actuava sobre a matéria.

Neste contexto surge o criacionismo, que é uma outra explicação fixista para a origem das espécies.

A partir do século XVIII a ciência vai tomando consciência que o Mundo evidencia variações permanentes.

Lineu (1707-1778)defendia que cada espécie possuía um conjunto de características que correspondiam as desígnios de Deus: "O autor da Natureza impôs à sua criação uma eterna lei reprodutiva e de multiplicação dentro dos limites da própria espécie. Permitiu em certos casos a variação da aparência externa."

A Derota da Geração Expontânea dá-se com Pasteur.

Quando este esterilizava suas infusões era acusado de destruir a força vital. Inexplicavelmente alguns escritores confundem o resultado irrefutável das experiências de Pasteur, vida só vem de vida, com a crença no vitalismo

Somente em 1861 o químico francês Louis Pasteur (1822-1895) demonstrou a nível experimental a falsidade da abiogênese. Pasteur presumiu que os microorganismos nas infusões dos experimentos anteriores eram provenientes do ar.
Usou os meios mais comuns da época como água e lêvedo, água com lêvedo e açúcar, urina e suco de beterraba. Utilizou balões de vidro onde colocou os meios de cultura. Depois de esterilizados ao fogo, abriu-os em locais diferentes. Os balões abertos nas ruas de Paris ficaram todos contaminados. Procurando outros locais onde o ar era menos contaminado conseguiu doze frascos em vinte que permaneceram estéreis depois de abertos. Finalmente a dois mil metros de altitude apenas um dos vinte frascos se contaminou. Usou ainda um tubo de platina aquecido por onde o ar entrava e nenhum tubo ficou contaminado com os microorganismos.

natenine disse...

Como foi que Pasteur refutou o mito da abiogénese não sei ao certo, a explicação que dei foi uma que ouvi na escola secundária. Afinal só vem comprovar, se a tua explicação estiver certa que nas escola secundárias se aprende muito disparate, como por exemplo o surgimento da vida a partir da não-vida.

Dário Cardina Codinha disse...

Aprende-se uma coisa muito boa: história da ciência. O que te proporciona uma visão mais global da evolução da ciência. O Lamarkismo e a Geração Expontânea foram teorias que foram falseadas e substituidas. É uma prova da evolução científica. Devemos ter um conhecimento geral das teorias que haviam, que foram falseadas e das teorias que foram verificadas e como o foram.

Adilson Marques disse...

N9,
Fiquei agradado ao ler o teu texto e complementei ao ler os comentários. Devo dizer que esta é uma área que não domino, talvez por ter ouvido tanto disparate ao longo da escolaridade obrigatória e do secundário que agora não sinto por ela qualquer interesse. Obrigado pela tua boa lição de história. Um abraço.

Dário Cardina Codinha disse...

Infelizmente não compreendemos algumas coisas e temos ideias erradas acerca delas... A compreensão é um caminho para uma bua crítica.

Anónimo disse...

Ai Dário, ser revoltado é uma trabalheira rapaz!
Não leves a mal, mas os comentários não deviam exceder os posts, é falta de educação!
Abraços

Dário Cardina Codinha disse...

Amiga, infelizmente (para ti) o meu comment não ultrapassa o tamanho do post. Não sei como conseguis-te fazer tal proeza.
Quem disse que comentar de acordo com a história da ciência é um acto de revolta? É, deveras, muito estranho. Já vi actos de revolta bem mais explícitos.

Anónimo disse...

Conseguiste é pegado: 2ª pessoa do singular do verbo conseguir no pretérito perfeito.

Dário Cardina Codinha disse...

Obrigado, eu sei. Escrever depressa dá nisto. É normal haver alguns erros de vez em quando