quarta-feira, março 18, 2009

O Argumento "Aontológico"

Não venho com este argumento excluir, desprestigiar ou até mesmo falar acerca do argumento ontológico para a existência de Deus, tanto mais que não o conheço assim tão profundamente. Acontece que aquilo que vou dizer pode parecer contrário ao argumento ontológico, avaliem então.
O argumento ontológico diz-nos que por Deus ser a entidade mais elevada que podemos pensar Ele deve necessariamente existir. Todavia penso que Deus é exactamente "Aquilo" que não poderíamos imaginar, e é exactamente por esta razão que eu acredito que este argumento é viável para a existência de Deus.
De salientar que o Deus a que me refiro é o Deus da definição Teísta, porque os deuses que têm forma visual são necessariamente todos o reflexo daquilo que conhecemos.
Como é que a ideia de um Deus perfeitamente bom poderia surgir num universo decadente? Como é que alguém poderia imaginar um Deus Criador, perfeitamente Bom, Inteligente e Poderoso, responsável por um universo em que a vida que existe nele, como disse C.S. Lewis - nasce a sofrer, vive infligindo sofrimento e a grande maioria morre a sofrendo, na mais complexa de todas as criaturas, o homem, devido à razão, ele é capaz de prever o seu sofrimento e sofre uma forte angústia mental lutando pela sua vida quando sabe que morrerá, além do mais deu capacidade ao homem para criar engenhos que criam muito mais sofrimento do que poderia existir naturalmente, a sua história é essencialmente guerras, crimes, doenças e terror, com uma pitada de felicidade suficiente para dar, enquanto dura, um medo agonizante de a perder e quando ela se perde a miséria pungente da lembrança.
Agora lembrem-se que a ideia teísta surgiu numa altura em que as doenças eram sinal de morte e não havia paracetamol! Logo eu só posso crer que evidentemente Deus se revelou aos Homens.
Levo este argumento mais além, no sentido que era impossível que Jesus Cristo fosse inventado, impossível até que um homem fizesse, vivesse e dissesse o que fez, viveu e disse, logo mais Jesus Cristo foi mais uma revelação de Deus há humanidade, desta feita para todos os seres. Saliento a excelente análise psicológica feita à inteligência de Cristo feita pelo psicólogo brasileiro Augusto Cury, que prova indubitavelmente que Ele foi uma pessoa fora do normal.
Concluo o meu argumento aontológico reafirmando: Era impossível surgir a ideia de Deus no contexto em que se vive se o próprio Deus não se tivesse revelado e que era impossível que um Homem como Jesus tivesse existido se ele não fosse mesmo Deus (mais impossível ainda ser inventado por humildes discípulos para morrerem por esta mentira).

2 comentários:

FValente disse...

Hum... Será??? Ou será precisamente porque o mundo é decadente, injusto e imoral que precisamos de uma entidade que represente exactamente o contrário de tudo isso? Acho perfeitamente razoável criar-se um conceito oposto ao que conhecemos por dele termos necessidade...

natenine disse...

Mukkinha, gosto da palavra necessidade, leva-me a pensar do porquê de o homem de necessitar.
Ou seja, porque é que o homem como todas as outras criaturas não se acomoda ao seu estado e nasce, vive e morre?
Podemos também pensar que essa necessidade deriva de uma real necessidade de conexão com o Criador.

Há outra coisa interessante no teu comentário, falas de moralidade e justiça, de onde deriva este conceito?