terça-feira, abril 22, 2008

Vegetarianismo

Existem várias pessoas que decidiram se tornar vegetarianas, quanto a isso, nada tenho a dizer. Porém algumas destas pessoas em causa julgam-se mais moralmente nobres por serem vegetarianos e outros vão mais longe e consideram que a Bíblia apoia essa visão. Neste post cabe-me apenas fazer uma abordagem acerca deste assunto revelando a visão Bíblica acerca do assunto.

Plano inicial de Deus
Deus quando criou todas as coisas e disse que tudo estava muito bom, tinha em seu plano que não houvesse morte, tanto humana como animal. Deus nesta mesma altura estipulou que a comida tanto dos humanos como dos animais fosse apenas frutos e vegetais. Porém o plano inicial de Deus ficou corrompido pelo pecado e como tal a morte entrou no planeta terra. O próprio Deus deu peles de animais a Adão e Eva para se vestirem, anunciando que por causa do seu pecado passou a haver morte. A partir deste dia as regras alteraram-se, muitos animais passaram a matar para comer, o Homem começou a buscar outras fontes de alimento, etc. Não podemos dizer que isto esteja errado, os animais um dia iriam morrer e sendo seres que não têm alma podemos comê-los. O próprio Deus disse a Noé que poderia comer animais tal como tinha dito a respeito de vegetais no princípio (Gen 9:3). Não adianta dizer que Deus disse isto a Noé porque este não tinha plantas para comer, porque este mando perdurou e já antes Abel tinha morto pelo menos um carneiro e Deus agradou-se.

O Animal não tem alma eterna
Todos gostamos de animais e certamente nenhum de nós gosta de ver alguma sofrer, mas na verdade quando matamos um animal não é por prazer, discordo da tourada e caça desportiva nesse aspecto. Quando se mata é para sobrevivência ou para protecção, o Homem merece a vida acima de qualquer ser vivo, seja um câncer, uma mosca, um leão ou uma baleia.
Porquê? Porque o Homem foi feito para dominar sobre tudo, conforme o mando de Deus. O Homem é a obra-prima de Deus, todo o restante universo é para o Homem desfrutar. Os animais são belos adereços para nós gozarmos eles não têm alma e uma vez que a morte está no planeta não há problema em matar para comer.

A Bíblia não defende nem condena
A Bíblia permite que o Homem mate animais para comer, quem disser que a Bíblia diz o contrário baseia-se em frases fora do contexto, como já eu vi. E deixem-me acrescentar, Jesus não foi vegetariano! Comeu peixe pelo menos e nunca condenou ninguém por comer carne, condenou sim pessoas que acrescentavam coisas às palavras que seu Pai deixou.

16 comentários:

Anónimo disse...

ainda vai aparecer por aí algum ateu fundamentalista a dizer que Deus foi mau ao mandar o homem e os animais alimentarem-se das plantas e dos vegetais :)

Adilson Marques disse...

N9,
Tema interessante. Penso que quanto a isso a Bíblia é clara.
Inicialmente tudo era perfeito, logo os alimentos de origem vegetal eram suficientes para o Homem. Com o pecado, tudo foi afectado, até a própria terra e os seus produtos. Os vegetais que anteriormente conseguiam suprir todas as necessidades nutricionais do Homem deixaram de ter essa capacidade. O nosso corpo também foi afectado e se no passado conseguia produzir todas as vitaminas necessárias, agora já não consegue e para sentitiza-las tem que ir buscar a alimentos de origem animal.
Se alguém não percebe isso é porque procura forçar uma interpretação diferente. Relativamente às mudanças, basta vermos o clima. Adão e Eva andavam nus e não tinham frio. Actulmente é impossível viver nu em Portugal, para não falar em outros países. A razão é simples, o nosso corpo não tem a mesma capacidade de resistir às mudanças térmicas e o próprio clima mudou.
No pentatéuco, quando Deus apresenta ao povo uma lista dos alimentos, existiam animais que não deveriam comer (imundos), mas outros poderiam ser utilizados como alimentos. De referir ainda que os levistas e os ofertantes deveriam comer determinadas ofertas animais.
Um abraço.

Domingos Faria disse...

Alma... conceito interessante!
O que significa alma? o homem tem alma? como sabes que o homem tem alma? Será que está na glândula pineal? Para quê que precisamos de alma? como justificas que a alma é necessária? porque é que a alma tem que existir?

Se morrermos o corpo morre e a alma sai do corpo para outro lado?

(até parece o livro do Fédon de Platão).
:-)

Domingos Faria disse...

Se Deus existe,
Se Deus é omnipotente,
Se Deus é todo poderoso,
Se Deus é bondoso,
Se Deus é omnisciente,

Então porque existe o MAL???

Será que Deus quer impedir o mal, mas não pode? Então, é impotente. Será que Deus é capaz, mas não o quer? Então, é malévolo. Será que Ele quer e é capaz? Por que razão, então, o mal?”


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Termino com uma brincadeira:

Se Deus é assim tão omnipotente, será que consegue construir uma pedra tão pesada que Ele mesmo não possa levantar?

:)

Saudações cordiais,
Aguardo ansioso respontas...

natenine disse...

Philosophia, religio, et caritas este blog já aqui anda há mais de dois anos e como tal já tem alguns textos, desta forma em vez de te responder às perguntas vou-te dar links de posts que abordam as questões levantadas.

Não sei se realmente estás interessado numa resposta ou se é só para ver se me consigo desenvencilhar, se realmente quiseres uma resposta creio que te posso ajudar, quanto a safar-me de questões difíceis quero desde já descartar-me, porque como tu sabes ninguém sabe tudo, eu só sei tudo de nada.

Vamos então ao que interessa:
Origem do Mal

Aparente Paradoxo da Pedra


A questão da alma respondo aqui porque não tenho nenhum texto, as questões que colocaste no outro post serão colocadas lá as respectivas respostas.

Eu sou um defensor da Bíblia como Palavra de Deus, eu acredito que o Homem tem alma e espírito porque está lá escrito, acredito em alma e espírito não propriamente por auto evidência destas mas porque evidência de outras coisas, como a Divindade de Cristo, e se Cristo é Deus posso confiar em todas as suas palavras, Cristo defendeu uma existência para lá do físico. Mas se queres algumas evidências eis algumas que penso agora mesmo:
- Raciocínio Abstracto
- Criação de Arte
- Sentimentos como o amor, alegria, tristeza (muito para lá das relações de conveniência animais)
- Experiências Sobrenaturais
- Reacções à música (depressivas e alegres)

Domingos Faria disse...

As neurociências, ciências da mente, estudam o nosso cérebro. Os neurocientistas através dos seus estudos chegaram à conclusão que cada área do nosso cérebro comanda parte do nosso ser. E do mesmo modo, defendem que as experiências religiosas não são diferentes de outras experiências, como por exemplo estéticas, sendo tudo fruto da evolução. Estes cientistas que estudam o cérebro vêem um correlacionamento íntimo entre a área emocional da religião e as áreas da agressividade e sexualidade. Portanto, a religião não tem nada de transcendente; está tudo na “nossa cabeça”.
Desta forma, “especialistas na área da cognição demonstram que a nossa aptidão para crer em algo superior tem origem não no céu, mas no nosso cérebro”. As experiências religiosas são um produto do nosso encéfalo, dependendo do grau de serotonina, que é um neurotransmissor que para além de outras funções (relacionadas com a sensação de fome, sede e sono), pode também activar a nossa religiosidade. Assim, quanto mais elevada for a taxa de serotonina, maior é a religiosidade demonstrada; sente-se, por conseguinte, uma presença de Deus, uma comunhão com o cosmos, e poderá também acontecer experiências místicas.
E ter este sentimento de estar perto de Deus poderá ser produzido excitando-se certas regiões específicas do cérebro com impulsos electromagnéticos. Os neurocientistas podem colocar na nossa cabeça um campo magnético, o qual dispara a actividade eléctrica dos lóbulos temporais, provocando consequentemente a experiência espiritual.
Então, se somos crentes, é porque o nosso encéfalo nos programou para isso. Onde, do mesmo modo, talvez Deus não passará de uma simples construção dos nossos cérebros.

Domingos Faria disse...

Há mais de um século com o evoluir da ciência, nomeadamente devido às teorias evolutivas, às ciências cognitivas e às neurociências, que muitos dogmas vigentes como o antropocentrismo, o dualismo antropológico deixaram de fazer qualquer sentido. Estas novas concepções abaram e ainda abalam alguns alicerces da Igreja, os quais permaneciam inabaláveis durante séculos. Tudo começou com Copérnico e Galileu quando expulsaram a terra do centro do universo, fazendo tombar toda a cosmogonia aristotélica aceite serenamente pela Igreja dos primeiros séculos. Após este primeiro terramoto sucedeu novos problemas com os alicerces da Igreja devido à psicanálise freudiana, aos desafios levantados pela bioética, pelas ciências da mente, pela sociedade do conhecimento e da informação, e por causa da nossa cultura na contemporaneidade.
Portanto, com toda esta mudança é nos revelado que somos seres formados apenas de matéria, a qual cerca de 70% é água. O dualismo antropológico já não tem qualquer sentido. A alma é colocada à parte, já não tem qualquer função, é um conceito desactualizado. Pois, é preciso atender que o conceito de alma foi criado num contexto muito próprio e singular. Os filósofos que sucederam os milesianos na Grécia tiveram a necessidade de criar o conceito de alma a fim de distinguir a diferença entre uma pedra e um animal ou ser humano. Qual é a diferença entre uma pedra e um animal ou ser humano? A pedra é imóvel, enquanto o animal ou o ser humano move-se. Assim, existe “algo” que faz com que o animal ou o ser humano se mova. A esse “algo” os filósofos gregos chamaram alma, pois vem da raiz “anima” (animar que significa vida, movimento, coragem, entusiasmo). Mais tarde, os pitagóricos, os eleatas, os atomistas, Sócrates, e essencialmente Platão, acrescentaram um novo significado ao conceito de alma. Como todo o homem tem a necessidade que exista algo depois da morte, pois tem medo de perecer eternamente, esses filósofos, como solução a este problema, defenderam que a alma não perecia e viajava para o mundo inteligível (das formas, das ideias); mas caso a alma não fizesse uma dialéctica de purificação, de ascese, a alma voltava a encarnar num corpo. O corpo era encarado como sendo uma essência má, que aprisiona a alma, era considerado o cárcere da alma.
Constamos, assim, que o conceito de alma foi formado numa situação concreta, e não pode ser introduzido noutros contextos da história. Hoje a ciência prova empiricamente a inexistência da alma, pois, possuímos muitos mais meios e instrumentos que os nossos antepassados não tinham; eles só podiam recorrer à especulação. Os gregos diziam claramente que da realidade física apenas podemos ter opiniões (doxa) e não conhecimento (episteme). Por isso, os gregos não consideravam que a alma era uma verdade absoluta, mas um fruto da sua especulação racional lógica que parecia ser plausível.

natenine disse...

Claro que um cientista naturalista só pode chegar a essa conclusão, esqueces-te também que a experiência religiosa vai além disso, transforma personalidade, algumas vezes até se manifesta operando uma cura física, outras vezes trazendo uma revelação como é exemplo em vários sítios da Bíblia.

natenine disse...

A ideia de alma é muito anterior à Grécia, na verdade o que é que faz alguém ter medo da morte? Não será a alma? Mais uma vez te digo, que uma comunidade científica naturalista chega a essas conclusões, porque não pode chegar a outras. Na verdade a ciência tem o seu lugar num campo mais restrito, pois se o espírito não está limitado nem ao tempo nem ao espaço a ciência nada tem a dizer acerca disso de uma forma directa.
Depois tudo o que falaste se não acreditas em alma ou algo sobrenatural, tens de acreditar que o facto de teres escrito as palavras que aqui escreves é apenas o resultado de uma causa natural, derivada do distante big bang, resumindo tu não és autónomo, nem tens meio de dizer o que é verdade porque um movimento de átomos não é mais verdadeiro que outro e só poderia ser verdadeiro por irrisória sorte.

Por isso ou temos alma ou então tudo o que dizemos não passam de letras que apareceram digitadas aqui por causas naturais e têm o mesmo valor que isto:
asjdhaksjbfkahsbkfjabskjdfbaskjdnbaksjndkajsbdkjasdkjanskjdnaksjdnkajsndkjasnkdjnaskjdnaksjndkjasnkjnkajdnksjndjkans

Domingos Faria disse...

“Ter medo da morte? Não será a alma?”
Claro que não, e quem não tem medo da morte. Eu não tenho medo da morte, logo não tenho alma! O que é que tem haver o medo da morte com a alma!
E interessante saber como é que corpo e alma sendo diferentes comunicam… como se dá esta comunicação? Vais dizer como Descartes que se dá na glândula pineal? LOL
E mais interessante saber que quando o corpo morre sai (não sei de onde) uma “alma” que vai andar por aí perdida. É mesmo fixe sabermos que temos um fantasma dentro do corpo não é??? E depois o que acontece quando morremos? A nossa alminha vai voar para o céu? Será que lá cabem todas?

Outra cena:
”Por isso ou temos alma ou então tudo o que dizemos não passam de letras que apareceram digitadas aqui por causas naturais”. Isto é que é uma falácia maior até que aquela do penedo que Deus não pode pegar. Que argumento ilógico! O facto de não termos alma não significa necessariamente que não possamos pensar ou escrever cenas com sentido… isto é fruto da evolução… uma maneira do ser humano sobreviver, e perdurar a sua descendência.

Reformulo a tua citação:
Por isso ou temos cérebro ou então tudo não podemos pensar em nada. O que nos faz ter consciência, pensar, ter prazer, amor, felicidade, etc.. é o nosso cérebro. Sem cérebro não podias pensar, ler este texto…
Podes fazer a experiência… tenta eliminar no teu cérebro a área da compreensão escrita e vê lá se consegues por acaso ler este texto. O Cérebro é fundamental para teres consciência que existes e que o mundo existe. Sem cérebro não passavas de uma simples máquina analógica que não “sabe” minimamente o que faz.

Então, se tenho cérebro para quê que preciso de alma?

Domingos Faria disse...

O que JUSTIFICA a tua aceitação no testemunho bíblico? É uma forma racional de actuar? Quando e como sabemos que o testemunho bíblico é verdadeiro? Será o testemunho bíblico uma fonte de conhecimento? O que determina a autoridade do testemunho bíblico?

Não te esqueças que o testemunho bíblico é sempre uma evidência extrínseca, e nunca intrínseca. Seguindo a dúvida cartesiana, o testemunho não é fonte de conhecimento, pois a testemunha pode estar a mentir ou errada.

natenine disse...

Cito C S Lewis, O homem não é um corpo com alma, mas sim uma alma com corpo. Não há um fantasma dentro de ti há sim um corpo agarrado à tua alma. Tu és espírito e não corpo. O cérebro tem um grande valor mas no mundo natural. Ele deve durar para aí 80 anos depois o que precisarás é de espírito. mas é claro que isto é fé essencialmente, mas nem por isso irracional.
O cérebro tem o seu lugar, mas o que eu te quis dizer é que se o teu cérebro é resultado de uma causa natural não tens maneira de me dizer o que está certo ou errado, porque tudo isso são uma série de processos derivados de infinitas causas distantes que se fossem diferentes já não pensarias dessa forma. Por isso talvez o meu cérebro esteja menos evoluído que o teu e ainda acredite em alma, todavia uma dia tiraremos a prova dos 9.

natenine disse...

Acreditas por exemplo que os discípulos que tinham os seus trabalhos e suas famílias inventaram uma mentira que os levou a deixar tudo, mentira esta pela qual decidiram morrer. És muito creativo.

Domingos Faria disse...

Eu não preciso de alma para nada. Defendo que o ser humano é só uma realidade. É ser. mas, não ser em plenitude. o ser (que é humano) não é fracionado, mas é unidade. é a unidade que é a caracteristica de todo o ser, nomeadamente do ser mesmo, mas também de todo o sente.

O sente (ser finito concreto) é unidade (finita) porque limitado ao espaço e ao tempo. Mas, esta unidade não está fracionada pelo corpo mais pela alma, senão deixava de ser unidade. A unidade é uma caracteristica importante.

Mas, se aceitarmos a mundividencia de corpo + alma, então depois da morte a identidade da pessoa desfaz-se! o corpo de um lado, e a alma de outro lado. aonde está a identidade da pessoa, no corpo ou na alma? durante a vida podes defender que é simultaneamente no corpo e na alma. mas depois da morte levanta-se o problema de saber se a pessoa perde identidade pelo facto de "perder" o seu corpo.

Penso que a filosofia do corpo + alma é desadequada para a unidade que é a pessoa humana, e ainda por cima trás imensos problemas.

Por isso, sou apologista de uma visão de unidade do ser pessoa.

Mas, surge a questão, e depois da morte?
Depois da morte, só passando pela experiencia dela. Mas, se para eu ter consciencia de mim mesmo preciso de cerebro, e se com a morte o meu substrato físico se transforma de maneira radical , entao não posso ter consciencia.

Mas, se não posso ter consciencia será que a minha identidade e unidade se perderam?

Bem... penso que não...
E aqui entra a minha concepçao de Amor Infinito, ou ser mesmo, (ou Deus, ou outro nome que lhe quiseres chamar).

Como é que chego ao Amor Infinito... é simples... só é possivel chegar de maneira racional pelo argumento ontológico.
Eu sou um sente (ser finito concreto), estou limitado pelo espaço e pelo tempo; mas tenho mais ser que por exemplo uma pedra, laranjeira, minhoca, etc...
Desta maneira, penso que o caminho do ser não acaba em mim... seria muito limitado... então tem necessariamente um ser maior que o qual nada se pode pensar, e esse ser é o ser mesmo em plenitude.

Como vez não precisei da biblia para chegar ao ser mesmo.

mas, porque é que eu lhe chamo Amor Infinito?
Porque tudo no cosmos é relação... tudo está em relação com tudo... e só na relação se é verdadeiramente ser. quem não se relaciona quase que "perde" a identidade do seu ser.
Então se todo o sente é relação, então o ser mesmo tem que ser uma relação em plenitude.
A relação só se manifesta verdadeiramente relação no AMOR. assim, se o ser mesmo é relação plena, então tem que ser necessariamente Amor Infinito.

Este Amor Infinito relaciona-se com todo o sente, e todo o sente se relaciona com este Amor Infinito... Não de forma indirecta, uma vez que a nossa linguagem é espacio temporal, e o Amor Infinito não está para além deste carcere espacio-tempora.

O sente comunica com o amor infinito em cada sente, que é ícone (que remete) para o amor infinito.

Por, o amor é tudo. o amor é a minha mundividência.

Precisei da biblia para chegar a este Amor Infinito... como podes constatar não precisei.

A ciência ocupa-se dos fenómenos espacio-temporais com toda a legitimidade. O amor infinito é aquele que dá sentido ao sente.

Por isso, o amor infinito e a ciência não se contradizem, mas completam a minha visão de mundo.

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Mas, gosto muito de ler a bíblia. Contudo, não sou um literalista bíblico. Não tem nenhum sentido ler a bíblia à letra. Pois, não é um livro de história, de geografia, de ciência... Mas, é antes um livro de mensagem, metafora, alegoria, que me ensina a viver melhor com os outros e o Amor infinito numa relação profunda de amor.
Adoro as alegorias, imagens, a que Jesus recorria... Atenção, são alegorias para transmitir uma mensagem de vida, de uma vida com amor.

Se quero saber como poderemos ser um mundo melhor, mais unido (Jo 17) recorro à bíblia. Se quero saber os acontecimentos espacio-temporais, como a origem do universo e a sua evolução, recorro à ciência.

Tudo está em movimento, tudo está em evolução, em mutação, até o Amor Infinito apareceu a mudar no próprio Jesus Cristo. A vida não é fixismo... é evolução... mal sou concebido estou em evolução num processo sem fim até à morte. Não me torno pessoa em determinado momento, ou fase especial, mas sou evolução desde o inicio. E isto é mt bonito. Se tudo estivesse "fixado" , sem evolução, nem mutação, entao a vida seria um tédio. Não achas?

Outro factor importante que ainda não referi... o amor infinito é o unico ser subsistente... Não existe outro ser subsistente para além dele. Pois, ele não está limitado ao espaço e ao tempo, e é ser em plenitude. Por isso, se o amor infinito é o único ser subsistente, então nada para além dele é eterno, infinito, sem princípio nem fim.
Contudo os sentes que são seres finitos concretos não são subsistentes em si mesmos, estão limitados ao espaço e ao tempo, à corrução, e por fim à morte.

Mas, acaba tudo com a morte? Não! porque como os sentes se relacionam com o amor infinito, e estabelecem com ele uma relação de amor, então o amor infinito mesmo depois da morte de cada sente memorialmente fará presente no seu ser cada sente. É uma ressurreição memorial. Não pode ser de outro maneira. E cada sente viverá eternamente, porque cada sente viverá memorialmente no amor mesmo que é eterno.

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Expos a maneira como percepciono a realidade. Penso que é a forma mais plausivel, e a que cria menos problemas.

Não precisei da bíblia para chegar a esta conclusão... mas a bíblia veio ajudar-me a ver que de facto só o amor basta!

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Termino com uma frase feliz de Galileu: A biblia não diz de que é feito o céu (isso pertence à ciência), mas como se vai para o céu (como poderemos amar o outro e ser no outro em unidade com o amor infinito)!

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Ainda não me respondes-te ao seguinte:

O que JUSTIFICA a tua aceitação no testemunho bíblico? É uma forma racional de actuar? Quando e como sabemos que o testemunho bíblico é verdadeiro? Será o testemunho bíblico uma fonte de conhecimento? O que determina a autoridade do testemunho bíblico? Porque é que temos que interpretar a biblia literalmente?


saudações cordiais,

Domingos Faria

Domingos Faria disse...

Escrevi tão rápido que deixei algumas gralhas.

As correcções são as seguintes:

Este Amor Infinito relaciona-se com todo o sente, e todo o sente se relaciona com este Amor Infinito... Não de forma directa, uma vez que a nossa linguagem é espacio temporal, e o Amor Infinito está para além deste carcere espacio-temporal.
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natenine disse...

Já te respondi à última questão, dizendo que acredito no relato Bíblico porque não faz sentido não acreditar. Estava implícito.

Colega, não sei se aqui é o melhor sítio para depositares os teus desabafos filosóficos, como podes ver escreveste tanta coisa e de forma até um pouco confusa que não sei por onde pegar para te responder. Se começares a ser um leitor assíduo do blog poderemos debater, assunto por assunto. Talvez seja melhor e mais coerente, porque como já reparaste aqui vem muita gente que também gosta de intervir.